quarta-feira, 30 de maio de 2012

Clássico dos clássicos

Recentemente, a Livraria Cultura publicou uma listinha de livros que, segundo ela, são OS clássicos. Fui dar uma olhadinha e cheguei a algumas conclusões:

  • Não concordo com a presença do livro do Tolkien na listinha. Vamos combinar que, apesar do modismo, esse livro não é exatamente um clássico;
  • De 30 livros, há apenas 5 brazucas;
  • Como já escrevi no meu post Confissão, há o total desconhecimento por nós dos nossos vizinhos latino-americanos e apenas o Gabriel García Márquez está presente;
  • Não entendi o porquê de eles colocarem Morte em Veneza e não A Montanha Mágica do Thomas Mann, que eu considero bem mais representativo de sua obra (além de muito melhor);
  • Tirando esses comments, achei tudo bom. Vamos a ela (desculpem a formatação tosca da tabela, mas não consegui fazer nada melhor):
Já li 11 dos 30 clássicos e você?

Desses aí, Guerra e Paz, de Tolstoi, é, sem dúvidas, o melhor de todos! Li no ano passado, em uma semana, pois é impossível parar de ler este livro. Se você tem fôlego, recomendo! O Apanhador e O Velho e o mar reconheço que são clássicos, mas não gostei da leitura de nenhum dos dois. Tudo bem que os li há mais de dez anos e, talvez, a imaturidade da época tenha influenciado na minha opinião. Esses, eu recomendo só para você poder criticar depois. Sobre Cem anos de solidão fiz uma resenha aqui.

E como estão suas leituras em relação a essa listinha?

Qual é o seu clássico que não está aí?

terça-feira, 29 de maio de 2012

A eterna dúvida do concurseiro

E é assim: escolhemos o concurso que queremos fazer, e decidimos que queremos fazê-lo desde pequenininhos. O concurso passa, mas nós não passamos. Surgem 1.001 novos concursos em seguida, com disciplinas que nunca vimos na vida, mas que caem em quase todos os outros concursos (menos naquele com o qual sonhamos). Com esses novos concursos surge a pressão da família e dos amigos, mas, pior do que tudo, surge a nossa própria pressão.

E aí? Fazemos esses 1.001 outros concursos ou não? Encaramos o novo desafio? O tempo dedicado nos preparando para ele (e há pessoas que estão se preparando há anos antes de nós) não poderia ser melhor utilizado nos preparando para o que realmente queremos? Mas, por outro lado, vamos arriscar deixar mais um ano passar? Não é melhor tentar garantir logo um concurso, mesmo que pague menos?

A dúvida me persegue. Se você aí do outro lado tem uma dica, uma sugestão, uma resposta, uma macumbinha básica para acalmar os ânimos, manda para cá!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Dia da África!

Hoje, 25 de maio, é Dia da África! O Ministério da Educação, em comemoração, disponibilizou 08 obras sobre a África, de escritores africanos. Na verdade, estas obras já estavam disponíveis no Domínio Público há mais tempo, mas, hoje, o governo se propõe a fazer maior divulgação delas. É um olhar sobre o continente a partir de sua própria sociedade. Os títulos são:

1. África antiga;
2. África desde 1935;
3. África do século VII ao XI;
4. África do século XII ao XVI;
5. África do século XVI ao XVIII;
6. África do século XIX à década de 1880;
7. África sob dominação colonial, 1880-1935;
8. Metodologia e pré-história da África.

Todos eles foram publicados pela UNESCO. Clique no banner e faça o download!
Por quê?
O Dia da África é comemorado no dia 25 de maio, quando o continente celebra seus 49 anos de independência.

Outros títulos:
No site da Fundação Alexandre de Gusmão há outros títulos disponíveis para download. Clique aqui, faça uma busca e comece a baixar!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Memória de minhas putas tristes


Combinei com uma amiga de lermos Memória de minhas putas tristes juntas. Ela iria lê-lo para o curso de espanhol, e eu estou em minha fase latino-americanista. Confesso que já deveria ter terminado o livro há tempos, mas a mudança de casa e a confusão que veio a seguir não deixaram. Fui lendo devagarrziiiinnnnhhhhoooo, parei de ler, respirei fundo, recomecei e li de uma vez.

Fiquei surpresa com a escrita de Gabriel García Márquez, muito diferente do que li em Cem anos de solidão ou em O amor nos tempos do cólera. O livro mais parece um conto e pouco há do realismo mágico (em breve, um post sobre o tema), pelo qual García Máquez é tão conhecido. Será que há um pouco de autobiografia nele?

Esse é o terceiro livro que eu leio do autor e já posso perceber alguns temas que são transversais em sua obra: o tratado de Neerlândia (também citado em Cem anos, que colocou fim à guerra dos Mil Dias na Colômbia) e a temática do personagem que faz a relação de suas amantes (já abordado em O amor nos temos de cólera). Parece-me que essa intertextualidade é constante. Por sinal, é essa listinha de amantes que dá o nome ao livro, que nada mais é do que uma memória de suas putas tristes.

A personagem sem nome, que tem fama de sábio, narra uma vida sem grandes acontecimentos até o seu aniversário de 90 anos, quando há “o início de uma nova vida, e numa idade em que a maioria dos mortais está morta” (p.09). É nessa noite que a personagem conhece o seu 1º amor, Delgadina (nome fictício, inventado por ele), com quem tem um amor quase platônico. Quase platônico, pois não há um relacionamento de fato. Enquanto a menina dorme, o nonagenário vive uma vida de fantasias. Ele torna-se um apaixonado. A personagem diz: “dito às claras e às secas, sou da raça sem mérito nem brilho, que não teria nada a legar aos seus sobreviventes se não fossem os fatos que me proponho a narrar do jeito que conseguir nesta memória do meu grande amor” (p.11).

Em muitos aspectos a história me lembrou muito com a de O amor nos tempos do cólera: ambas as personagens (Florentino Ariza, no caso do segundo livro) têm uma vida devassa, fazem uma coletânea de suas parceiras e descobrem o amor em idade avançada. Ambos descobrem que “o sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança” (p.79).

O livro é curto, monotemático e agradável de ler! Não me apaixonei pela personagem principal, como ocorreu nos demais livros que eu li de Gabriel García Márquez. Fiquei o tempo todo esperando que algo surreal acontecesse, como é esperado em suas obras. Nada disso aconteceu, mas o livro reforçou, em mim, a certeza de que nunca é tarde para começar a amar (ok, ok, reconheço que fui piegas agora!). Fiquei com algumas passagens na cabeça, que gostaria de compartilhar:

“A falta de sossego acabou com o rigor dos meus dias. Acordava às cinco, mas ficava na penumbra do quarto imaginando Delgadina em sua vida irreal de acordar os irmãos, vesti-los para a escola, servir o café da manhã, se houvesse o que pôr na mesa, e atravessar a cidade de bicicleta para cumprir a pena de pregar botões. E me perguntei assombrado: Em que pensa uma mulher enquanto prega um botão? Pensava em mim? Ela também procurava Rosa Cabarcas [a cafetina] para me achar? Passei uma semana inteira sem tirar o macacão de mecânico nem de dia nem de noite, sem tomar banho, sem fazer a barba, sem escovar os dentes, porque o amor me mostrou tarde demais que a gente se arruma para alguém, se veste e se perfuma para alguém, e eu nunca tinha tido para quem” (p.92-93) [observação minha].

“É que estou ficando velho, disse a ela. Já ficamos, suspirou ela. Acontece que a gente não sente por dentro, mas de fora todo mundo vê” (p.109).

“A idade não é a que a gente tem, mas a que a gente sente” (perdi o número da página).

Gabriel García Márquez

Autor: Gabriel García Márquez (Colômbia)
Lançamento: 2005
Edição: Record, 2006
Páginas: 127 (para ler rapidinho!)
Este livro: pelo que eu pesquisei, foi inspirado em um livro do também Prêmio Nobel japonês Yazunari Kawabata, cujo título é A casa das belas adormecidas. Por sinal, uma passagem desse livro está na epígrafe do Memória.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

E se alguém nascesse grudado a você?


E se você nascesse grudado a alguém?

Grudado mesmo. Fisicamente grudado.

Como é viver assim? Andar de bicicleta, ir à escola, trabalhar, namorar, beijar, ter filhos... como é que funciona?

O livro Meninas inseparáveis da canadense Lori Lansens é sobre isso e muito mais!

Rose e Ruby Darlen são irmãs siamesas, que nasceram unidas pela cabeça. Elas são inseparáveis

Apesar da patologia, a  autora optou por focar a narrativa no dia-a-dia das protagonistas: as dificuldades,  a relação entre Rose e Ruby e entre elas e as demais personagens. Foi este enfoque que despertou minha curiosidade e que, ao mesmo tempo, torna o livro interessante.

Gostei da forma (inovadora?) na qual ele foi escrito: Rose e Ruby decidem escrever um diário sobre suas vidas. Então o livro é assim: cada capítulo é um trecho do diário de uma das meninas. As narrativas se revezam entre o diário de Rose e o de Ruby. Elas escrevem sem que uma possa ler o que a outra está escrevendo, logo, às vezes, ocorre de o mesmo momento ser descrito duas vezes, sob um olhar diferente.

Como surgiu, na autora, a ideia de escrever sobre um tema tão extravagante? Foi quando seu filho pequeno encostou a cabeça na sua e lhe disse: "eu queria que a gente ficasse grudado desse jeito!".

Meninas inseparáveis é sobre superação. É muito bom e é impossível não se envolver com a leitura. Também é impossível não desenvolver simpatia por uma das meninas e gostar mais de uma do que de outra. É uma leitura que eu recomendo!

Ah! O livro ficou na lista dos 10 mais vendidos, no Reino Unido, no ano do seu lançamento (2006). Ele ganhou o Richard and Judy Award, como uma das três melhores obras publicanas na Inglaterra naquele ano.

Livro: Meninas inseparáveis
Autor: Lari Lansens (Canadá)
Lançamento: 2006
Edição: Globo, 2006
Páginas: 392 (dá para ler rapidinho!)
Este livro: reencontrei, na semana passada, ao desempacotar minha mudança. Apesar de ler lido no início de 2010, ele ficou na minha memória e, por isso, recomendo hoje!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Aprender espanhol em Buenos Aires: a missão - Parte I

Amanhã completará 01 mês que me mudei para Buenos Aires. Nesse tempinho fiz muita coisa: morei em um apart, visitei alguns apartamentos, mudei-me, comecei a desempacotar a mudança, resolvi documentação, andei pela Recoleta, providenciei telefone e tentei abrir conta no banco, entrei na academia, entre mil e outras pequenas coisas que temos que resolver quando mudamos de cidade. Uma coisa eu não fiz: falar com os porteños.

E por que não conversei com as pessoas na rua ou com as mucamas que infernizavam minha vida no hotel? Porque, simplesmente, não falo espanhol. E não falo assumidamente! Não gosto (e acho feio) falar portuñol. Não quero (como ouvi outro dia) pedir um sanduíche quiente. Se não falo, não falo e pronto! Além disso... ô povinho que fala rápido!

Quando soube que viria para cá, comecei a procurar cursos de espanhol! Para principiante mesmo, sabe? Nada de dizer "compreendo, mas não escrevo", como colocamos no curriculum! A boa notícia é que há muitas opções.

Primeiramente, todo mundo tem um professor particular para indicar, mas não era isso o que eu procurava. Queria voltar à sala de aula, com turminha e prova, sabe? Qual a melhor maneira de conhecer gente e de se obrigar a estudar? Quando eu morava na Indonésia, comecei a fazer aulinhas particulares de bahasa indonésio, mas vi que não funcionaria para mim: eu sempre tinha algo mais importante a fazer e desmarcava a aula.

Uma boa opção é dar uma olhada nos sites das universidades locais. E há muitas! Quase todas oferecem cursos de espanhol. Procurei a UBA, pois, aparentemente, é uma das maiores por aqui! Algumas coisas me atraíram:
  • O fato de ser em uma universidade: assim, temos contatos com outros alunos e temos acesso à biblioteca;
  • Eles têm turmas para brasileiros, o que eu achei legal. Por razões óbvias, temos mais facilidade para aprender espanhol do que um norte-americano ou um alemão. Além disso, tive uma experiência interessante na Indonésia: abandonei um curso de francês, pois, por falar uma língua latina, tinha mais facilidade e aprendia mais rápido do que os indonésios (cuja língua em nada se assemelha ao francês).
Enfim! Finalmente hoje era o dia da inscrição e lá fui eu: peguei um taxi e gastei quase todo o meu espanhol: "25 de mayo, número 221, por favor". Parei em um prédio que me lembrou a Faculdade de Economia da Universidade Federal da Bahia - aliás, que deve lembrar todos os prédios de federais no Brasil: caindo aos pedaços.

Relutantemente, fiz uma prova de nivelamento. Expliquei-me duas vezes: "não falo espanhol, nunca tive uma aula de espanhol na vida, logo estou no nível elementar". Curta e grossa, a professora me disse que é ela quem decide se eu falo espanhol ou não. Uma hora depois fui nivelada como pré-intermediária. Voltei para casa feliz da vida ao descobrir que sei, sim, falar um pouquinho de espanhol e que a minha vergonha em falar portuñol só me fez perder momentos legais no meu primeiro mês aqui.

Como desde o início gostei da proposta da UBA, não saí por aí procurando outros cursos e comparando preços. Mais informações:
  • As aulas são de segunda a quinta, de 11 às 13h;
  • O curso dura 02 meses. Ao final de cada curso há provas e o aluno aprovado recebe um certificado;
  • Em alguns períodos do ano (mas não neste) há cursos intensivos de 01 mês;
  • No total, são 03 níveis;
  • Alunos de origem de algum dos países-membro do Mercosul têm desconto (oh yeah!);
  • Custo: à vista 1.710 pesos ou parcelado em duas vezes, 900 e pouco pesos;
  • O material está incluído no preço.
A seguir, cenas do próximo capítulo...

sexta-feira, 4 de maio de 2012

De que cheiro você gosta?

Hoje, achei isso no Facebook:
Eu gosto é do cheiro dos livros velhos do meu avô.
E você?